ESTABELECE O MEU REINO JEREMIAS: DIZ O SENHOR!
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| VAI JEREMIAS!!! |
O livro de Jeremias é um livro de Histórias-Sermões-Profecias cumpridas e não cumpridas-Promessas-Cativeiros-Juízos sobre as nações. Entramos no ano de 2011 estudando este livro e acreditando que estamos no mover de Deus, pois, este ano tanto é um ano de edificação como de destruição e juízo da parte do Senhor, fiquemos, pois, vigilantes quanto a tudo que estiver acontecendo ao nosso redor.
JEREMIAS
Elevado ou nomeado por Jeová, Jeová exalta, Jeová é sublime, Jeová abre ou faz nascer, Jeová estabelece.
Um dos “profetas maiores” do Velho Testamento, filho de Hilquias, um sacerdote de Anatote (Jr 1:1; Jr 32:6). Foi chamado para o ministério profético quando ainda era novo (Jr 1:6), no 13º ano de Josias (628 a.C.). Deixou a sua cidade natal e foi viver para Jerusalém, onde ajudou imenso Josias na sua obra de reforma (2Rs 23:1-25). A morte deste pio rei foi chorada pelo profeta como uma calamidade nacional (2Cr 35:25).
Durante os três anos de reinado de Joacaz, não encontramos qualquer referência a Jeremias mas no início do reinado de Jeoiaquim, a inimizade do povo para com ele foi notada através de uma amarga perseguição que lhe fizeram e ele foi, aparentemente, preso (Jr 16:5). No quarto ano de Jeoiaquim, foi-lhe ordenado que escrevesse as profecias que lhe tinham sido dadas e que as lesse no dia do jejum. Isto foi feito por Baruque, o criado que estava ao seu serviço, produzindo grande excitação. O rolo foi lido perante o rei. Imprudentemente, ele agarrou no rolo, cortou-o em pedaços, deitou-o para o fogo e ordenou que Baruque e Jeremias fossem presos. Jeremias arranjou outro rolo e nele escreveu tudo o que estava no rolo que o rei destruíra e “muitas palavras semelhantes” se acrescentaram (Jr 36:32).
Ele permaneceu em Jerusalém, proferindo, por vezes, palavras de aviso mas que não surtiram qualquer efeito. Esteve lá quando Nabucodonozor sitiou a cidade (Jr 37:4, 5) em 589 a.C. O rumor de que os egípcios se aproximavam com o fim de ajudarem os judeus fez com que os caldeus se retirassem e voltassem ao seu país. Isto deu-se, contudo, durante somente algum tempo. O profeta, como resposta à sua oração, recebeu uma mensagem de Deus, anunciando que os caldeus voltariam novamente e tomariam a cidade, queimando-a (Jr 37:7, 8). Os príncipes, enraivecidos por causa de tal mensagem transmitida por Jeremias, encerraram-no na prisão (Jr 37:15-38:13). Ainda lá se encontrava quando a cidade foi tomada (588 a.C.). Os caldeus libertaram-no e mostraram-se bondosos para com ele, permitindo-lhe que escolhesse um lugar para viver. Jeremias foi para Mizpá com Gedalias, que fora feito governador da Judeia. Joaná sucedeu a Gedalias e, tendo-se recusado a ouvir os conselhos do profeta, desceu ao Egipto, levando Jeremias e Baruque consigo (Jr 43:6). Foi ali que, provavelmente, o profeta passou o resto dos seus dias, tentando, em vão, levar o povo de volta para Deus, contra quem, há muito, se tinham revoltado (44). Viveu até ao reinado de Evil-Merodaque, filho de Nabucodonozor e deve ter morrido com cerca de noventa anos. Não existe qualquer registo autêntico da sua morte. Deve ter morrido em Tapanes ou, de acordo com a tradição, terá ido para a Babilónia com o exército de Nabucodonozor; mas nada disso é certo.
Jeremias nasceu no povoado de Anatot, pertinho de Jerusalém, entre 650 e 640 a.C. Era filho do sacerdote Helcias, da casa de Eli. Talvez descendesse de Abiatar, chefe dos levitas em Jerusalém na época do rei Davi, e que foi desterrado para Anatot por Salomão, segundo 1Rs 2,26-27.
O significado do nome é incerto. Há duas possibilidades. Yirmeyâhû quer dizer "Iahweh exalta", "Iahweh é sublime" ou "Iahweh abre (=faz nascer)". Este nome era bastante comum nos tempos bíblicos. São conhecidos pelo menos sete personagens, mais ou menos importantes, com este nome.
Quase nada. Parece que ele jamais assumiu qualquer função sacerdotal. Pelo contrário, denunciou duramente o papel exercido pelos sacerdotes de seu tempo. O que, por outro lado, aponta para sua rigorosa visão levítica, e possível formação, de como deveria agir um sacerdote. Consta, nesta linha, que o rei Josias (640-609 a.C.) proibira o exercício do ofício aos sacerdotes não provenientes de Jerusalém, segundo 2Rs 23,8-9.
Não existe nenhuma dúvida acerca da influência de Oséias sobre o pensamento de Jeremias. Além dos fatores geográficos - Anatot pertence à tribo de Benjamin - e familiares - Jeremias descendia, talvez, de Eli, sacerdote de Silo - é possível que a educação de Jeremias tenha incluído os ensinamentos de Oséias.
Entendo que Oséias e Jeremias foram os dois profetas mais radicais de todo o Israel, pois foram os que mais perto chegaram de uma compreensão profunda das causas da opressão que o povo de Israel vivia naquele tempo. Ambos entendem, por exemplo, que onde o javismo caducou ou se oficializou e foi, por isso, neutralizado por práticas institucionais do aparelho estatal, a corrupção, a opressão e o despotismo generalizado dominaram. O processo (rîbh) que fazem a Israel por não "conhecer a Deus" é sintomático, como em Os 4,1-3 e Jr 2,8;4,22 e a interessantíssima crítica ao rei Joaquim (609-598 a.C.) em Jr 22,13-19.
É possível que Jeremias tenha começado a profetizar em Anatot. Mas foi perseguido, quiseram matá-lo em sua própria terra, segundo Jr 11,18-12,6. Não conhecemos o motivo desse complô armado contra Jeremias por seus conterrâneos (Jr 11,21) e até por seus familiares (Jr 12,6). Talvez por ter apoiado a reforma do rei Josias, que destruiu os santuários regionais e centralizou as atividades cultuais em Jerusalém, ele tenha prejudicado os interesses de sua família de sacerdotes. Ou, quem sabe, o duro teor de sua crítica social e religiosa tenha provocado tão violenta reação. Durante toda a sua vida Jeremias irá incomodar muita gente, que tentará, a qualquer custo, calar a sua boca.
Jeremias atuou cerca de 50 anos, de 627 a ca. 580 a.C., sob os governos de Josias (629-609 a.C.), Joaquim (609-598 a.C.), Sedecias (597-586 a.C.) e Godolias/exílio (586/ca.580 a.C.). Por isso, costumamos dividir, didaticamente, sua atuação segundo estes quatro períodos.
Há quatro tipos de textos no livro de Jeremias:
- Oráculos em forma de poesia, como Jr 4,5-6,30
- Relatos autobiográficos, como Jr 1,4-19
- Relatos biográficos, como Jr 26, 1-24
- Discursos em prosa, como Jr 7,1-8.
Como se convencionou unir em um só os dois primeiros tipos, quase totalmente em forma poética, costuma-se classificar os textos de Jeremias em três tipos:
- Palavras de Jeremias em verso e relatos autobiográficos em verso e prosa
- Relatos biográficos, na 3a pessoa, sobre Jeremias, atribuídos por muitos a Baruc, seu secretário
- Discursos em prosa, em número de 10, de autoria incerta, mas que muitos atribuem aos mesmos autores de Josué, Juízes, 1e 2 Samuel e 1 e 2 Reis, a chamada Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr), possivelmente composta por levitas.
Não. O livro de Jeremias passou por um longo e complicado processo de formação. Oráculos (= palavras proféticas) isolados foram sendo reunidos ao longo dos anos, de modo que temos hoje uma antologia da pregação de Jeremias e não um livro no sentido moderno. Ou melhor: temos uma antologia de antologias, em um processo que começou ainda durante a vida de Jeremias e prosseguiu ao longo da época pós-exílica.
A versão grega da Bíblia chamada Setenta ou Septuaginta (= LXX) tem um texto de Jeremias bem mais curto do que o texto massorético (= TM), o nosso texto hebraico, além de colocar vários oráculos noutra ordem. Isso é explicado, em geral, com a existência de dois textos independentes de Jeremias: um mais antigo e mais curto, que se perdeu, e que serviu de base para a tradução dos LXX; outro, mais recente, que recolheu vários acréscimos, e que nos foi transmitido pelos massoretas (= os rabinos "transmissores" do texto hebraico).
No tempo de Josias, 10 período de sua atuação, Jeremias proclamou um julgamento contra Israel por causa de sua infidelidade a Iahweh e sua adesão a outros deuses, especialmente os deuses que garantiam a fertilidade da natureza, os chamados baalim.
Os comentaristas reconhecem como sendo deste período Jr 2,1-4,4 e Jr 30,1-31,37, todos textos de tipo A.
Jr 2,1-37. É um texto escrito em um gênero literário muito usado pelos profetas, o rîbh (= processo). Funciona assim: parte-se do pressuposto de uma aliança entre as duas partes em questão, Iahweh e Israel. Iahweh abre, então, através do profeta, um processo contra Israel, motivado por sua quebra do pacto. Como parte ofendida, Iahweh convoca a natureza como testemunha, questiona o comportamento de Israel, relembra os benefícios passados e ameaça com uma punição.
Neste texto, rico em imagens, à moda de Oséias, Jeremias relembra com nostalgia a fidelidade dos primeiros tempos e a contrapõe à infidelidade atual, pois Israel trocou Iahweh pelos ídolos que nada valem e não podem socorrê-lo na hora do aperto.
Sim. Em Jr 2,1-4,4 Jeremias responsabiliza quatro tipos de autoridades pela idolatria e pela desgraça em que caiu o país: são os reis, os príncipes, os sacerdotes e os profetas. A volta ao javismo é possível se Israel resolver praticar a verdade ('emeth), o direito (mishpât) e a justiça (sedhâqâh), segundo Jr 4,2.
Esta é a coisa mais estranha desta fase da pregação de Jeremias: ele não faz nenhuma alusão à reforma social e religiosa empreendida pelo rei Josias naqueles anos (sobre a reforma cf. 2Rs 22,1-23,27). É possível que, embora visse com muita expectativa a ação do governo, ele tenha se decepcionado com os escassos resultados de um movimento imposto de cima para baixo, pela força das armas. Assim, teria preferido manter prudente silêncio a respeito.
Quando Joaquim, de 25 anos de idade, assumiu a mando do faraó do Egito, o governo de Judá em 609 a.C., Jeremias rompeu, de vez, com as instituições do Estado. Jeremias tornou-se, então, um ferrenho adversário da classe sacerdotal de Jerusalém, já que sob os desmandos do governo de Joaquim a reforma de seu pai Josias se perdeu totalmente, restando um culto superestimado como garantia da nação, conseqüência da centralização de todas as atividades religiosas no Templo de Jerusalém e na mão de seus sacerdotes. Culto agora usado para mascarar os males sociais e os crimes contra o povo.
Um violento discurso contra o Templo, que foi conservado em duas versões: Jr 7,1-15 (texto tipo C) e Jr 26,1-24 (texto tipo B). O primeiro destaca o conteúdo, o segundo as circunstâncias do discurso.
Entre setembro de 609 e abril de 608 a.C., talvez durante uma festa, Jeremias coloca-se no pátio do Templo e denuncia a confiança da população judaíta no Templo de Iahweh como falsa e promete a destruição do santuário, tal qual outrora acontecerá com Silo.
A morte de Josias em combate contra o faraó, o curto governo de seu filho Joacaz (3 meses), seu exílio, a dependência do Egito sob Joaquim: tudo isso criara um clima de incerteza e insegurança geral. O que faz o povo? Refugia-se na crença de que a presença de Iahweh no Templo garante a cidade e a sua liberdade.
Jeremias denuncia esta crença porque, segundo ele, só a aliança Iahweh-Israel poderia garantir o povo. Mas esta não funcionava, pois nos tribunais não se praticava o direito, oprimiam-se o estrangeiro residente, o órfão e a viúva, condenava-se o inocente e, além disso, seguiam-se deuses estrangeiros.
Conta-nos Jr 26,1-24 que Jeremias quase morre por fazer tal denúncia. Aos olhos do pessoal do Templo, como sacerdotes e profetas, Jeremias cometera duas blasfêmias: falara em nome de Iahweh e falara contra a casa de Iahweh. Perante o tribunal a que é levado, ele, porém, confirma suas palavras e só não morre porque alguém se lembrou do profeta Miquéias, que, um século antes, pregara destino parecido para o Templo e para a cidade e nada sofrera.
Denuncia o governo de Joaquim como ganancioso, assassino e violento, segundo Jr 22,13-19, um dos mais duros oráculos proféticos já pronunciados contra um rei. Jeremias compara Joaquim ao seu pai Josias e denuncia o rei como antijavista, pois não cumpre sua função real de exercer a justiça e o direito e de proteger os mais fracos.
No começo de seu governo, Joaquim preocupa-se em construir um novo palácio - ou um anexo ao antigo - exatamente no momento em que a crise econômica se agravava. Dependente do Egito, a quem pagava tributo, colocou a população para trabalhar de graça na construção. Jeremias vai dizer ao rei que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá ser jogado para fora das muralhas de Jerusalém, pois, ao contrário de seu pai, Joaquim "não conhece Iahweh".
Jr 4,5-6,30 e Jr 8,13-17 falam de um "inimigo que vem do norte". Embora haja várias possibilidades de identificação desse inimigo, muitos comentaristas pensam que Jeremias está falando de Nabucodonosor, o rei babilônico, que invade regiões da Palestina em 605/604 a.C., trazendo o terror da guerra para as fronteiras de Judá.
Muitos dos versos de Jeremias, nestes poemas, são de uma dramaticidade impressionante, como Jr 5,15-17, sobre a nação que vem de longe para atacar Judá: nação antiga, nação duradoura, cujos homens são heróis. Nação que devorará os filhos, os animais e todo o alimento de Judá, destruindo pela espada suas fortalezas. Segundo Jeremias, é Iahweh quem aplicará a Judá tal castigo.
A ruptura da aliança. Em Judá, Jeremias só vê rebeldia contra Iahweh, levando o povo a maldades e crimes sem conta. Não há o mínimo "conhecimento de Deus", que só é possível através da prática do direito, da justiça, da solidariedade. Os poderosos tramam sistematicamente contra o povo, todos buscam desesperadamente a riqueza e não há paz. A mentira domina, desde o ensinamento dos profetas à lei dos sacerdotes, levando o país ao caos. Todos se tornam inimigos de todos. Impera a idolatria. O fim será trágico, segundo os capítulos 8 e 9 de Jeremias.
Percorrendo as ruas de Jerusalém, Jeremias constata a ausência do direito e da verdade entre as pessoas comuns (Jr 5,1), mas maior corrupção encontra entre os grandes e poderosos, que não agem mal por ignorância, senão por determinação consciente e persistente (Jr 5,4-5). Quanto mais a crise nacional se aprofunda, mais os líderes se recusam a encontrar soluções. Só procuram satisfazer seus interesses imediatos e deixam o país afundar: "Eles cuidam da ferida do meu povo superficialmente, dizendo: 'Paz! Paz!', quando não há paz", diz Jr 6,14.
Com extremo realismo - válido para todas as épocas - em Jr 5,26-28 são descritos os poderosos e suas armadilhas de apanhar o povo e escravizá-lo impunemente.
Porque, segundo Jr 19,14-20,6, possivelmente por volta de 605 a.C., quando Nabucodonosor venceu o faraó Necao II e ameaçou Judá, o profeta foi ao pátio do Templo e anunciou a destruição de Jerusalém. Acabou preso por Fassur, chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida, segundo Jr 36,5, a entrada no Templo.
Convoca o escriba Baruc e dita-lhe os oráculos de julgamento contra a nação. Este episódio da primeira escrita do livro, narrado em Jr 36,1-32, aconteceu no quarto ano do governo de Joaquim,em 605 a.C.
No ano seguinte, em dezembro de 604 a.C. Jeremias manda Baruc ler o livro (= rolo) no Templo. O momento é dramático: Nabucodonosor atacava, então, a cidade filistéia de Ascalon, vizinha de Judá. Por isso, talvez, Jeremias, tenha acreditado ter soado a hora da verdade para Judá. O "inimigo do norte" está às portas. Ou conversão ou destruição, alerta o profeta.
Queimou-o e mandou prender Jeremias e Baruc, segundo Jr 36, 21-26. A leitura feita por Baruc no Templo foi ouvida por membros do governo de Joaquim que não apoiavam as suas atitudes. Na esperança de convencer o rei a mudar sua política, levaram o manuscrito até Joaquim, que o ouviu mas não se convenceu. Jeremias e Baruc, bem escondidos, não foram achados. Após algum tempo, Jeremias, que não é de desistir, manda que Baruc escreva tudo de novo e ainda acrescente ao livro outras palavras, diz Jr 36,27-32.
De modo algum. Acreditam alguns especialistas que talvez o fato mais desorientador para Jeremias nesta época era a análise errada da situação feita por pessoas que se apresentavam para falar em nome de Iahweh como seus profetas.
Por isso, em Jr 14,13-16 e Jr 23,13-40 podemos ver como Jeremias luta para desmascarar os falsos profetas que, falando em seu próprio interesse, "fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade", que seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de Iahweh. Jeremias conclui que dos profetas de Jerusalém saiu a impiedade para todo o país.
Mais do que "confissões", deveríamos falar aqui de diálogos com Iahweh, lamentos, orações, disputas. Foi durante este período de sua vida, durante o governo de Joaquim, que Jeremias mais sentiu o peso de sua missão. Obrigado a ser do contra, a pregar a desgraça para o seu povo, a remar contra a corrente, ameaçado, rejeitado, caluniado, desprezado, ele se lamenta, amaldiçoando até mesmo o dia em que nasceu.
São textos difíceis de ser datados com precisão. É possível que tenham sido escritos em 605 a.C. como um desabafo, não como oráculos previamente ditos ao povo. Talvez possam ser lidos como uma síntese das crises vividas pelo profeta desde o começo de sua atividade.
São 5 textos:
- 1a confissão: Jr 11,18-12,6
- 2a confissão: Jr 15,10-11.15-21
- 3a confissão: Jr 17,14-18
- 4a confissão: Jr 18,18-23
- 5a confissão: Jr 20,7-10.14-18
Da primeira "confissão" já falamos na pergunta 5: seus conterrâneos e familiares tentam matá-lo em Anatot,quando jovem. Mas Jeremias amplia o problema, questionando porque persiste a prosperidade dos ímpios e a paz dos apóstatas. Daqueles que vivem falando em Iahweh, mas na verdade estão muito longe dele. Daqueles que têm uma fachada de piedade, mas não estão, de fato, com Iahweh. E Jeremias conclui que este é um problema para o qual ele não tem resposta...
Na segunda confissão a questão colocada por Jeremias é: vale a pena ser profeta? Jeremias confessa estar vivendo a suprema tentação profética, que é a vontade de se acomodar, de desistir, de aceitar a cooptação, de "ser normal", de passar para o lado daqueles a quem ele critica para sair da solidão a que é obrigado a viver.
Na terceira confissão Jeremias apela a Iahweh contra os seus perseguidores que lhe cobram a realização da palavra de Iahweh por ele pregada e o profeta não sabe mais o que fazer. Jeremias se sente desacreditado perante seus ouvintes, porque as desgraças prometidas não acontecem. Vive duramente pressionado.
Na quarta confissão Jeremias denuncia nova trama contra a sua vida. Seus adversários argumentam que podem tranqüilamente eliminá-lo, já que o sacerdote, o sábio e o profeta (ligado aos interesses da corte) não lhes faltarão. Com tristeza o profeta constata: estes que querem eliminá-lo são os mesmos a quem ele tantas vezes defendeu diante de Iahweh...
Na quinta confissão, a mais dramática e a mais conhecida de todas, usando fortes imagens, Jeremias chega ao máximo de sua angústia. Acredita que Iahweh o enganou: o seduziu para ser profeta e o dominou, para depois abandoná-lo. Agora todos querem sua queda, inclusive seus amigos. Por isso, ele quer parar de ser profeta, mas o problema é que não consegue, pois as palavras de Iahweh queimam-no como fogo. Fogo que atinge até os ossos. Então, Jeremias amaldiçoa o dia em que nasceu: "Maldito o dia em que eu nasci! (...) Maldito o homem que deu a meu pai a boa nova: 'Nasceu-te um filho homem!' (...) porque ele não me matou desde o seio materno, para que minha mãe fosse para mim o meu sepulcro e suas entranhas estivessem grávidas para sempre. Por que saí do seio materno para ver trabalhos e penas e terminar os meus dias na vergonha?".
Em 600 a.C. Nabucodonosor tentou invadir o Egito e não conseguiu. Joaquim rebelou-se e morreu em dezembro de 598 a.C., provavelmente assassinado, enquanto os babilônios marchavam para tomar Jerusalém. Seu filho Joaquin, de 18 anos de idade, o substituiu, mas capitulou 3 meses depois, no dia 16 de março de 597 a.C. O rei foi deportado para a Babilônia com a corte e a classe dirigente.
No seu lugar, os babilônios deixaram seu tio, outro filho de Josias, de nome Sedecias, então com 21 anos de idade, para dirigir um Judá todo arruinado. Com várias cidades destruídas e com a economia do país desorganizada, pouco restava ao fraco Sedecias que pudesse ser feito.
Jeremias começa criticando as pretensões do novo governo através da visão dos dois cestos de figos de Jr 24,1-10. Segundo o profeta, os exilados correspondem a figos bons, enquanto o atual governo se parece com figos estragados. É possível que o novo governo, instalado no poder sob Sedecias, se afirmasse como a solução para o país, já que os "maus", os governantes anteriores, tinham sido exilados, pagando por seus crimes. Jeremias é de opinião contrária. Para ele o problema continua. Nada fora resolvido e a sombra do Templo não garantirá ninguém.
Sim. Ainda nos primeiros anos do governo de Sedecias Jeremias escreveu aos exilados de 597 a.C., segundo Jr 29,1-23. Ele tenta desfazer as ilusões alimentadas por falsos profetas, durante convulsões sociais acontecidas no império babilônico, de que o exílio estava para acabar. Segundo Jeremias, os exilados devem aprender a viver tranqüilamente entre os babilônios, pois o exílio será longo.
Em Jr 27,1-22 e Jr 28,1-17 ele se opõe radicalmente a tal aventura incitada em Jerusalém pelos pequenos reinos da Síria-Palestina que se encontravam na mesma situação de Judá. Colocando um jugo (= haste apoiada no pescoço e ombros para transportar carga) sobre o próprio pescoço, Jeremias simboliza o domínio babilônico a que estavam submetidos (Jr 27,2-3). Confrontando-se com o profeta Hananias, que, ao quebrar o jugo de Jeremias, simbolicamente prega a necessidade da rebelião e a libertação fácil, Jeremias consegue convencer o governo a se manter quieto.
Quando Jerusalém foi cercada pelas tropas babilônicas em janeiro de 587 a.C., Jeremias disse ao rei Sedecias que a vitória de Nabucodonosor era inevitável, pois Iahweh entregara a cidade nas mãos do inimigo, já que não houve conversão (Jr 34,1-7).
Porque, segundo Jr 37,11-16, ele tentou sair da cidade para ir a Anatot tomar posse de um campo que comprara de um primo. Como o Egito enviara um exército para ajudar Jerusalém, os babilônios tinham levantado temporariamente o cerco da cidade para enfrentá-lo. É nesta ocasião que Jeremias é acusado por oficiais do exército de passar para o lado dos babilônios, é preso e jogado numa cisterna de captação de água, onde quase morre.
Já segundo Jr 38,1-13, Jeremias é preso, acusado de traição pelos nobres, ministros de Sedecias, porque estaria exortando o povo à rendição. É provável que temos aqui dois relatos diferentes do mesmo episódio.
"Para arrancar e para destruir": esta foi a principal missão de Jeremias. Mas também para "construir e para plantar", como diz Jr 1,10. Na verdade, espalhados pelo livro de Jeremias, encontramos poucos textos que manifestam alguma esperança. Jr 31,31-34, o famoso texto que fala da nova aliança, é um destes.
Em geral, sua autenticidade tem sido contestada. Argumenta-se, por exemplo, que Jeremias nunca chegou a tais alturas teológicas, porque o texto é perfeito, completo e assim por diante. Porém, alguns pensam que Jeremias pode ter tido tal idéia no começo de sua pregação e a aplicado ao reino do norte, tendo depois, nestes últimos dias, adaptado a fala a Judá. Claro que o texto final, redigido em prosa, tem a mão de algum redator posterior, talvez deuteronomista. Mas isto não é suficiente para negar a paternidade da idéia a Jeremias.
Faz uma contraposição entre a antiga aliança, feita após o êxodo, e a nova aliança, a ser feita no futuro. Enquanto a antiga aliança precisava de intermediários, a nova não precisará, pois a lei será colocada no íntimo (= coração, seio) do povo de Israel. Se a antiga aliança foi rompida pelos pais de Israel, a nova não o será jamais, porque haverá perfeita sintonia entre Iahweh e Israel.
O objetivo desta nova aliança: conhecer Iahweh. É o repetido tema do conhecimento de Iahweh que aqui volta. É um tema da maior importância e explica muitas das atitudes e palavras de Jeremias.
Jeremias chegou mais perto do que ninguém da compreensão do verdadeiro problema de Israel de sua época, que era a estrutura tributária do Estado. Sua rejeição de instituições como o Templo e seu aparelho cultual ou a corte e sua administração é, na verdade, a denúncia dos aparelhos do Estado tributário como antijavistas e perniciosos para o povo.
A proclamação de uma nova aliança, onde o javismo não precisaria de mediações para ser vivido, é a radicalização utópica de sua pregação. É o sonho de Jeremias.
Após a queda de Jerusalém em 19.07.586 a.C., assistimos ao crepúsculo do profeta. Deixado livre pelos babilônios, Jeremias escolheu ficar com o governador Godolias, neto de Safã, escriba chefe da reforma de Josias, membro de uma família que sempre apoiara Jeremias em Jerusalém. Assim, junto ao resto do povo pobre que ficou no país, Jeremias certamente alimenta ainda a esperança de "construir e plantar", como conta o texto que fala de sua vocação em Jr 1,10
A situação em Judá se complicou rapidamente, quando um príncipe davídico chamado Ismael, que escapara para Amon, voltou e assassinou Godolias, provavelmente em outubro de 586 a.C., segundo Jr 41,1-18. Os sobreviventes, entre eles Jeremias, fogem para o Egito, temendo uma represália babilônica (Jr 42,1-43,7).
Lá no Egito, em Táfnis, cidade situada a leste do delta do Nilo, o incansável profeta, que já devia ter uns 70 anos de idade, passa a repreender a idolatria que seus conterrâneos ali praticavam, segundo Jr 44,1-30.
Depois disso, nada mais sabemos sobre Jeremias. Diz a lenda que o profeta de Anatot foi apedrejado e morto por seus conterrâneos, lá no Egito. Esta lenda está no apócrifo Vida dos profetas, um texto escrito por um judeu da Palestina no século I d.C.
UM CHAMADO PARA EXALTAR O NOME DO SENHOR
(Jeremias 1:1) - PALAVRAS de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim;
A palavra do Senhor é tremenda ela se cumpre na íntegra, até porque o Senhor vela por sua palavra para cumpri-la.(Jeremias 1:12) - E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la. (Números 23:19) - Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?
O propósito de Deus não falha (Jó 42:2) - Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
Desde o primeiro rei de Israel chamado Saul até JOSIAS, JEOACAZ, JEOIAQUIM, JOAQUIM E ZEDEQUIAS o inimigo do povo de Deus tentou usurpar a linhagem na qual nasceria o messias mas Deus foi fiel e nós iremos entra na história de cada rei para que possamos se inteirar do ministério do profeta Jeremias e veremos como esses reis governavam. Mas antes deixa eu te dizer que cada palavra escrita nas sagradas escrituras tem um significado para aquele momento e aplicamos para cada um de nós hoje porque a palavra de Deus não é um jornal velho de ontem ela é aplicada para as nossas vidas como o vinho novo o pão novo e quente e o jornal da hora, portanto apliquemos para as nossas vidas pois ela não volta vazia, eu creio em Nome de Jesus.(Isaías 55:8) - Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.
(Isaías 55:9) - Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
(Isaías 55:10) - Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,
(Isaías 55:11) - Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Vamos começar pelo rei Saul o primeiro rei de Israel no Reino unificado:
Filho de Cis, da tribo de Benjamim e o primeiro rei da nação israelita. As circunstâncias providenciais relacionadas com a sua eleição como rei estão registadas em 1Sm 8-10. As jumentas do seu pai tinham-se perdido e Saúl foi enviado, juntamente com um criado, para as procurar. Deixando a sua casa em Gibeá (1Sm 10:5, “o outeiro de Deus”, V.A.; Lit., na V.R., “Gibeá de Deus”), Saúl e o seu servo dirigiram-se para noroeste, para a montanha de Efraim e depois, virando para nordeste, chegaram “à terra de Salisa”. Indo, então, mais para este, dirigiram-se à terra de Saalim, passando depois pela terra de Zufe, perto da casa de Samuel em Ramá (1Sm 9:5-10). Nesta altura, Saúl propôs-se a voltar para casa, após uma busca infrutífera, mas o seu servo sugeriu que fossem primeiro consultar o “vidente”. Ouvindo que ele estava prestes a oferecer um sacrifício, ambos se apressaram na direcção de Ramá e “eis que Samuel lhes saiu ao encontro”, a caminho do “bamah”, i.e., o “alto”, onde iria oferecer o sacrifício. E, em resposta à pergunta de Saúl: “Mostra-me, peço-te, onde está aqui a casa do vidente”, Samuel deu-se a conhecer. Samuel fora divinamente preparado para se encontrar com ele (1Sm 9:15-17) e recebeu Saúl como um convidado. Levou-o consigo para o sacrifício e depois da festa, “falou com Saúl sobre o eirado”, sobre tudo o que lhe ia no coração. No dia seguinte, Samuel “tomou um vaso de azeite e lho derramou sobre a cabeça”, ungindo Saúl como rei de Israel (1Sm 9:25-10:8) e dando-lhe sinais de confirmação do seu chamado para ser rei. Quando Saúl chegou a sua casa em Gibeá, o último destes sinais cumpriu-se. O Espírito de Deus veio sobre ele e “Deus lhe mudou o coração em outro”. O simples provinciano transformou-se no rei de Israel. Deu-se, repentinamente, uma mudança notável no seu comportamento e o povo perguntou admirado, ao observar o robusto filho de Cis: “Está também Saúl entre os profetas?” Um dito que se transformou num “provérbio” (comp. 1Sm 19:24).
O povo ainda desconhecia a conversa entre Saúl e Samuel. A “unção” tinha sido feita em segredo. Mas chegara o tempo em que deveria ser confirmada pela nação. Assim, Samuel reuniu o povo em assembleia solene “perante o Senhor” em Mizpá. Foram lançadas sortes (1Sm 10:17-27), que recaíram sobre Saúl e quando ele foi apresentado ao povo, o homem mais imponente de todo o Israel, o povo jubilou, dizendo: “Viva o rei!” Ele, então, voltou para sua casa em Gibeá, acompanhado por uma espécie de guarda-costas, “aqueles cujo coração Deus tocara”. Quando lá chegou, Saúl mandou-os embora e voltou à sua vida anterior.
Pouco depois disto, ao ouvir falar da conduta de Naás, o amonita, em Jabes-Gileade, formou um exército de todas as tribos de Israel, tendo-se reunido, a seu pedido, em Bezeque e ele os conduziu para a batalha, vencendo os invasores amonitas em Jabes (1Sm 11:1-11). Por entre a alegria geral originada por esta vitória, ele foi, então, completamente reconhecido como rei de Israel. A convite de Samuel, “todo o povo partiu para Gilgal e levantaram ali rei a Saúl perante o Senhor em Gilgal”. Samuel ungiu agora oficialmente a Saúl como rei (1Sm 11:15). Embora Samuel nunca tivesse cessado de ser juiz em Israel, a sua obra como tal praticamente terminou nesse momento.
Saúl empreendeu, então, a grande e difícil tarefa de libertar a terra dos seus inimigos filisteus e, para isso, juntou um exército de 3000 homens (1Sm 13:1,2). Os filisteus estavam acampados em Geba. Saúl, com 2000 homens, ocupou Micmás e a montanha de Betel; o seu filho Jónatas, com 1000 homens, ocupou Gibeá, a sul de Geba e, aparentemente sem qualquer indicação por parte do seu pai, “feriu” os filisteus em Geba. Derrotados, os filisteus, que tinham um exército de 30.000 carros e 6000 cavaleiros e “povo em multidão como a areia que está à borda do mar”, acamparam em Micmás e Saúl evacuou o seu exército para Gilgal. Saúl permaneceu em Gilgal durante sete dias, sem tomar qualquer atitude, tal como Samuel lhe dissera para fazer (1Sm 10:8); mas no sétimo dia, tornou-se impaciente à medida que se aproximava o fim do período estipulado por Samuel. Saúl decidiu, então, “oferecer ofertas pacíficas” e Samuel, quando chegou, avisou-o das consequências fatais da sua desobediência, pois ele não esperara o tempo suficiente (1Sm 13:13,14>>).
Quando Saúl, depois que Samuel se foi embora, partiu de Gilgal com os seus 600 homens, tendo os que o seguiam diminuido para este número (1Sm 13:15), a fim de lutar contra os filisteus em Micmás, o seu quartel-general situava-se sob uma romeira em Migrom, defronte a Micmás, tendo somente a separá-los a penha es-Suweinit. Saúl e o seu exército descansaram em Gibeá-Geba, sem saberam o que fazer a seguir. Jónatas ficou impaciente e, com o seu pajem de armas, planeou um assalto contra os filisteus, sem que Saúl e o seu exército soubessem (1Sm 14:1-25). Jónatas e o seu escudeiro subiram “com os pés e com as mãos” a estreita penha chamada Bozez, onde estava estacionado o exército filisteu. Eles surpreenderam e depois mataram vinte filisteus, que imediatamente se alvoroçaram e fugiram aterrorizados. “Houve tremor no arraial”; um pânico sobrenatural apoderou-se do exército. Saúl e os seus 600 homens, um grupo que rapidamente aumentou para 10.000 homens, apercebendo-se da confusão, perseguiram o exército filisteu e as notícias da batalha atingiram Bete-Aven, a meio caminho entre Micmás e Betel. Os filisteus foram totalmente destruídos. “Assim livrou o Senhor a Israel naquele dia”. Ao perseguir os filisteus, Saúl esconjurou irreflectidamente o povo, dizendo: “Maldito o homem que comer pão até à tarde”. Mas, embora exaustos e desconfiados, os israelitas “feriram, aquele dia, aos filisteus, desde Micmás até Aijalom” (uma distância entre 24 a 32 Km). Jónatas, ao passar por um bosque em perseguição dos filisteus, comeu um pouco de mel que ali havia em abundância (1Sm 14:27). Saúl soube disto mais tarde (1Sm 14:42) e ameaçou matar o seu filho. O povo, porém, interveio, dizendo: “Não lhe há-de cair no chão um só cabelo da sua cabeça”. Aquele a quem Deus tinha tão assinaladamente reconhecido, que “obrou tão grande salvação em Israel”, não devia morrer. “E Saúl deixou de seguir os filisteus e os filisteus se foram ao seu lugar” (1Sm 14:24-46); e, deste modo, terminou a campanha contra os filisteus. Este foi o segundo grande sucesso militar de Saúl.
O reinado de Saúl, contudo, continuou a ser uma quase constante guerra contra os inimigos à sua volta (1Sm 14:47,48), saindo sempre vitorioso. A guerra contra os amalequitas é a única que está registada (1Sm 15). Estes inimigos antigos (Ex 17:8; Nm 14:43-45) de Israel ocupavam o território a sul e a sudoeste da Palestina. Samuel convocou Saúl para que este banisse da terra este cruel e implacável inimigo de Israel, tal como Deus determinara (Dt 25:17-19). A taça da sua iniquidade estava cheia. Esta ordem era “o teste às suas qualificações morais para poder continuar a ser rei”. Saúl propôs-se a executar a ordem divina; e juntando o povo, marchou desde Telaim (1Sm 15:4) contra os amalequitas, que ele feriu “desde Havilá até chegar a Sur”, destruindo completamente “todo o povo ao fio da espada”, i.e., todos os que caíram nas suas mãos. Ele foi, contudo, considerado culpado de rebelião e desobediência, ao poupar Agague, o rei amalequita e ao se mostrar conivente com os seus soldados, que pouparam o melhor das ovelhas e das vacas; e Samuel, seguindo Saúl até Gilgal, no Vale do Jordão, disse-lhe: “Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, Ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei” (1Sm 15:23). O reino foi retirado a Saúl e dado a outro, a David, a quem o Senhor escolhera como sucessor de Saúl e a quem Samuel ungiu (1Sm 16:1-13). A partir desse momento, “o espírito do Senhor se retirou de Saúl e o assombrava um espírito mau da parte do Senhor”. Ele e Samuel separaram-se para só se encontrarem novamente numa das escolas dos profetas.
David foi mandado chamar, por ser um habilidoso tocador de harpa (1Sm 16:16,18), para que tocasse perante Saúl, quando o espírito maligno o perturbasse e foi, assim, apresentado na corte de Saúl. David tornou-se no favorito do rei. Mais tarde, David voltou para casa do seu pai e para a sua ocupação habitual como pastor, durante, talvez, cerca de três anos. Os filisteus mais uma vez invadiram a terra e reuniram o seu exército entre Socó e Azeca, em Efes-Damim, na vertente sul do Vale de Elá. Saúl e o povo de Israel saíram ao encontro deles e acamparam na vertente norte do mesmo vale, que agora se encontrava entre os dois exércitos. Foi aqui que David matou Golias de Gate, o campeão dos filisteus (1Sm 17:4-54), um empreendimento que levou à fuga e derrota total do exército filisteu. Saúl admitiu David permanentemente ao seu serviço (1Sm 18:2), embora se tornasse ciumento por causa dele (vers. 1Sm 18:9) e em muitas ocasiões mostrasse a sua inimizade para com ele (<<1Sm 18:10,11), inimizade essa que Saúl levou ao extremo de tentar, em vão, matar David em várias ocasiões.
Algum tempo depois, os filisteus reuniram-se na planície de Esdraelon e acamparam em Sunem; e Saúl reuniu todo o Israel e “acamparam-se em Gilboa” (1Sm 28:3-14). Sendo incapaz de saber qual era a vontade de Deus, Saúl, acompanhado por dois dos seus homens, dirigiu-se à “pitonisa de Endor”, a cerca de 11 ou 12 Kms de distância. Aqui, ele deixou-se dominar pela aterradora comunicação que lhe é misteriosamente transmitida por Samuel (1Sm 16 a 19), que lhe terá aparecido. “E imediatamente Saúl caiu estendido por terra e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel” (1Sm 28:20). O exército filisteu pelejou “contra Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus e caíram atravessados na montanha de Gilboa “ (1Sm 31:1). Desesperado por causa da desgraça que sobreviera ao seu exército, “Saúl tomou a espada e se lançou sobre ela”. Os filisteus, no dia seguinte, “acharam a Saúl e a seus três filhos estirados na montanha de Gilboa”. Tendo-lhe cortado a cabeça, enviaram-na, juntamente com as suas armas, pela terra dos filisteus e puseram as suas armas no templo de Dagom, em Asdode. Suspenderam o seu corpo sem cabeça, juntamente com o de Jónatas, no muro de Bete-Sã. Os homens de Jabes-Gileade retiraram depois os corpos do muro, queimaram-nos e sepultaram os ossos sob o arvoredo de Jabes. Os restos mortais foram, contudo, depois transferidos para o sepulcro da família em Zelá (2Sm 21:13,14).
Agora vamos para o Rei Davi o segundo Rei de Israel:
O oitavo e filho mais novo de Jessé, um cidadão de Belém. O seu pai parece ter levado uma vida simples. Não está registado o nome da sua mãe. Alguns pensam que é a Náas referida em 2Sm 17:25. Da sua aparência pessoal apenas sabemos que era ruivo, que tinha uns belos olhos e que era formoso (1Sm 16:12 e 1Sm 17:42).
Tinha por ocupação cuidar do rebanho de seu pai, levando-o até às regiões montanhosas do interior de Judá. Do que se sabe da sua história, sem dúvida que se distraía com a sua flauta de pastor, enquanto assim trabalhava, aprendendo com as lições que os vários incidentes que se davam à sua volta lhe ensinavam. Os seus primeiros feitos registados foram os seus encontros com as feras do campo. Ele menciona que matou um urso e um leão, quando estes tentaram atacar o seu rebanho (1Sm 17:34,35).
Enquanto David, na frescura da sua juventude sadia, estava assim ocupado com os seus rebanhos, Samuel fez uma visita inesperada a Belém, tendo sido ali conduzido pela direcção divina (1Sm 16:1-13). Aí ofereceu um sacrifício e chamou os anciãos de Israel e a família de Jessé para que se lhe juntassem. De todos os que foram à sua presença, nenhum era o que Samuel procurava. Mandaram chamar David e o profeta logo o reconheceu como o escolhido de Deus para suceder a Saúl, que se afastara dos caminhos de Deus. Assim, em antecipação, ele ungiu-o e David voltou para a sua vida de pastor. Mas "o Espírito do Senhor se apoderou de David desde aquele dia em diante" e "o Espírito do Senhor se retirou de Saúl" (1Sm 16:13,14).
Não muito depois disto, David foi enviado para o palácio, a fim de, com a sua harpa, acalmar o espírito perturbado de Saúl, que sofria de uma estranha depressão melancólica. Ele tocou tão bem perante o rei, que Saúl logo se alegrou e começou a demonstrar grande afeição pelo jovem pastor. Depois, David voltou para a sua casa em Belém. Mas não demorou a que voltasse a ocupar um lugar de proeminência. Os exércitos filisteus e de Israel encontravam-se em guerra e assentaram arraiais no vale de Elá, a cerca de 26 Km a sudoeste de Belém; e David foi enviado pelo seu pai até ao arraial, a fim de levar provisões aos seus três irmãos, que se encontravam a lutar ao lado do rei. Ao chegar ao local, David (agora com cerca de 20 anos) foi posto ao corrente do que se passava, quando o campeão dos filisteus, Golias de Gate, avançou e desafiou Israel. David pegou na sua funda e com uma pontaria bem treinada, atirou uma pedra "do seu alforge", que atingiu o gigante na testa e ele caiu sem sentidos no chão. David, então, correu para ele e matou-o, cortando-lhe a cabeça com a sua própria espada (1Sm 17:1-58). Como resultado, os israelitas obtiveram uma grande vitória, perseguindo depois os filisteus até às portas de Gate e Ecrom.
A popularidade de David, uma consequência do seu feito heróico, despertou os ciúmes de Saúl (1Sm 18:6-16), ciúmes esses que ele demonstrou de várias maneiras. Gerou-se nele um ódio amargo para com David e através de vários estratagemas, tentou matá-lo. As tramas do rei enfurecido, que não podia deixar de ver como David "prosperava grandemente", mostraram-se inúteis e apenas tornaram o jovem herói mais querido do povo, mas em especial de Jónatas, o filho de Saúl. Entre eles formou-se uma amizade calorosa.
Para escapar à vingança de Saúl, David fugiu para Ramá (1Sm 19:12-18), para junto de Samuel, que o recebeu, passando a viver com os filhos do profeta, que estavam a ser ensinados pelo próprio pai. Supõe-se que os Salmos 6, 7, 11 tivessem sido escritos nesta altura. Este lugar ficava apenas a 5 Km da residência de Saúl, que não demorou a descobrir para onde tinha ido o fugitivo e tentou, em vão, trazê-lo de volta. Jónatas fez um esforço frutífero para conseguir que o seu pai voltasse a relacionar-se bem com David (1Sm 20:1-43) que, ficando ao corrente desse facto, preferiu fugir ainda mais para longe, pois não estava certo de ali se encontrar em segurança. Vamos encontrá-lo primeiro em Nobe (1Sm 21:1-9) e depois em Gate, a principal cidade dos filisteus. O rei dos filisteus não o admitiu ao seu serviço, como ele assim esperava e David, então, instalou-se na caverna de Adulão (1Sm 22:1-4; 1Cr 12:8-18). Aqui e em pouco tempo, juntaram-se-lhe 400 homens, que lhe deram a conhecer que o consideravam como seu líder. Foi nesta altura que David, por entre os tormentos e os perigos da sua posição, gritou: "Quem me dera beber da água da cisterna de Belém"; quando três dos seus valentes romperam pelo arraial dos filisteus e lhe trouxeram a água pela qual ele ansiava (2Sm 23:13-17), ele não a quis beber.
Cheio de raiva por não conseguir apanhar David, Saúl deu ordens para que se massacrasse toda a família sacerdotal em Nobe, "pessoas que usavam o éfode de linho", num total de 85 pessoas, tendo sido mortas por Doegue, o edomita. Abiatar, o filho de Aimeleque, levou as tristes novas do massacre a David, tendo sido ele o único a escapar.
Ao ouvir que Queila, uma cidade na fronteira ocidental, estava a ser atormentada pelos filisteus, David e os seus homens foram até lá, livrando-a dos perigos (1Sm 23:1-14); e depois, com medo de Saúl, ele fugiu para as cavernas da "região montanhosa" de Judá. Enquanto ali esteve acampado, no bosque do distrito de Zife, Jónatas visitou-o, transmitindo-lhe palavras de encorajamento (1Sm 23:16-18). E os dois, então, se separaram para nunca mais se encontrarem. Saúl continuou a perseguir David que, dessa vez, lhe escapou à justa.
Mais tarde estabeleceu-se como rei das 12 tribos, conquistou Jerusalém, aumentou a extensão do território do reino vencendo todas as batalhas em que se empenhou. Apesar de erros graves cometidos durante o seu reinado, David tomou sempre o caminho do arrependimento e o registo dos seus salmos demonstram a devoção que faziam dele um servo de Deus.
Agora vamos para Salomão o terceiro Rei de Israel:
Pacífico. (Heb. Shelomoh).
O segundo filho de David e Batseba, i.e., o primeiro depois de estarem casados legalmente (2Sm 12). Terá nascido por volta de 1035 AC (1Cr 22:5; 1Cr 29:1). Sucedeu a seu pai já na sua juventude, provavelmente com cerca de dezasseis ou dezoito anos de idade. Natã, a quem a sua educação fora confiada, chamou-lhe Jedidias, i.e., “por amor do Senhor” (2Sm 12 “nascido na dignidade real”. O seu pai escolheu-o para seu sucessor, passando por cima das queixas dos seus filhos mais velhos: “Certamente, meu filho Salomão reinará depois de mim”. A sua história está registada em 1Rs 1-11 e 2Cr 1-9. Subiu ao trono antes de o seu pai morrer e isto foi rapidamente conseguido principalmente por Batseba e Natã, em consequência da rebelião de Adonias (1Rs 1:5-40). Durante o seu longo reinado de quarenta anos, a monarquia hebraica atingiu o seu mais alto esplendor. Este período tem sido apelidado de “Era Augusta” dos anais judaicos. A primeira metade do seu reinado, contudo, foi a mais brilhante e próspera; a última parte foi nublada pela idolatria em que caíra, principalmente por causa dos seus casamentos pagãos (1Rs 11:1-8; 1Rs 14:21, 31).
Antes da sua morte, David deu ao seu filho as últimas instruções (1Rs 2:1-9; 1Cr 22:7-16; 28). Mal se instalou no trono e resolveu os assuntos do seu vasto império, aliou-se ao Egipto através do seu casamento com a filha de Faraó (1Rs 3:1), da qual, contudo, nada mais está registado. Rodeou-se de todos os luxos e grandeza externa de um monarca oriental e o seu governo prosperou. Aliou-se a Hirão, rei de Tiro, que o ajudou grandemente e de várias formas nos seus inúmeros empreendimentos.
Durante vários anos antes da sua morte, David envolvera-se na recolha de materiais (1Cr 29:6-9; 2Cr 2:3-7) para a construção de um templo em Jerusalém, para a futura permanência da arca do concerto ali. Não lhe foi permitido construir a casa de Deus (1Cr 22:8); essa honra estava destinada ao seu filho Salomão.
Após a construção do templo, Salomão envolveu-se na construção de vários edifícios em Jerusalém e noutras partes do seu reino. Durante treze anos, esteve envolvido na construção do seu palácio em Ofel (1Rs 7:1-12). Tinha cem cúbitos de comprimento, cinquenta de largura e trinta de altura. O majestoso tecto era suportado por 45 pilares de cedro e, por isso, o salão parecia uma floresta de madeira de cedro. Terá sido por este motivo que recebeu o nome de “a casa da floresta do Líbano”. Em frente a esta “casa” foi construída uma outra, que foi apelidada de “o pórtico dos pilares” e em frente desta situava-se o “pórtico do juízo” ou sala do trono (1Rs 7:7; 1Rs 10:18-20; 2Cr 17-19), “a porta do rei”, onde ele fazia justiça e concedia audiências ao povo. Este palácio era de uma grande magnificência e beleza. Uma determinada área foi colocada à parte, como residência da raínha consorte, a filha de Faraó. A partir deste palácio saía uma escadaria privada de madeira de sândalo vermelha e perfumada que conduzia ao templo.
Salomão também construiu grandes empreendimentos com o fim de garantir o pleno suprimento de água à cidade (Ec 2:4-6). Construiu, depois, Milo (LXX, “Acra”), para defender a cidade, completando uma linha de plataformas à volta dela (1Rs 9:15, 24; 1Rs 11:27). Construiu também muitas outras fortificações para defesa do seu reino em vários pontos, pontos esses que se encontravam expostos aos ataques dos inimigos (1Rs 9:15-19; 2Cr 8:2-6). Entre os seus grandes empreendimentos deve também ser mencionada a construção de Tadmor no deserto, servindo de entreposto comercial e posto avançado militar.
Durante o seu reinado, a Palestina gozou de grande prosperidade comercial. Por terra, efectuava-se um grande tráfico com Tiro, com o Egipto e com a Arábia. Pelo mar, com a Espanha, a Índia e as costas de África. Desta forma, Salomão acumulou uma grande riqueza e produtos de todas as nações (1Rs 9:26-28; 1Rs 10:11, 12; 2Cr 8:17, 18; 2Cr 9:21). Foi a “idade de ouro” de Israel. A magnificência real e o esplendor da corte de Salomão não tinham rival. Tinha setecentas mulheres e trezentas concubinas, uma prova do seu orgulho, da sua riqueza e da sua sensualidade. A manutenção da sua casa, criadagem incluída, envolvia grandes despesas. As provisões requeridas para um dia eram “trinta medidas de flor de farinha e sessenta medidas de farinha, dez vacas gordas e vinte vacas de pasto e cem carneiros, afora os veados e as cabras monteses e os corços e as aves cevadas” (1Rs 4:22, 23).
O reinado de Salomão foi não somente um período de grande prosperidade material mas também de uma notável actividade intelectual. Ele era bem o líder do seu povo também relativamente à instauração, entre eles, de uma nova vida intelectual. “E disse três mil provérbios e foram os seus cânticos mil e cinco. Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais e das aves e dos répteis e dos peixes” (1Rs 4:32, 33).
A sua fama espalhou-se pelo estrangeiro e vieram homens de longe e de perto “a fim de ouvirem a sabedoria de Salomão”. Entre os que, deste modo, foram atraídos a Jerusalém, estava a “raínha do sul” (Mt 12:42), a rainha de Sabá. “A sua ânsia deve ter sido realmente profunda e grande a fama que induziu a rainha de lugares tão longínquos a quebrar costumes imemoráveis da sua terra sonhadora e a reunir toda a energia requerida para enfrentar os fardos e os perigos de uma tão longa viagem pelo deserto. No entanto, ela empreendeu-a e levou-a a cabo em segurança” (1Rs 10:1-13; 2Cr 9:1-12). Ela ficou espantada com o que viu e ouviu: “o seu espírito deixou-a”. Depois de uma troca de presentes, ela voltou para a sua terra natal.
Mas essa época de ouro passou. Os dias de glória de Salomão terminaram cheios de nuvens e escuridão. O seu declínio e queda são um triste registo na sua vida. As principais causas para o seu declínio foram a poligamia e a sua grande riqueza. “À medida que ia envelhecendo, começou a passar mais tempo com as suas favoritas. O indolente rei, vivendo entre estas mulheres indolentes, pois mil mulheres, com todos os seus criados indolentes e perniciosos, enchiam os palácios e casas de prazer que ele construíra (1Rs 11:3), aprendeu primeiro a tolerar e depois a imitar os seus modos pagãos. Ele não deixou realmente de acreditar em Deus com a sua mente. Não deixou de oferecer os habituais sacrifícios no templo por altura das festas. Mas o seu coração não estava com Deus; a sua adoração tornou-se formal; a sua alma, esvaziada do verdadiero fervor religioso, procurou encher-se com uma qualquer excitação religiosa que a si próprio se oferecera. Agora, pela primeira vez, foi estabelecido publicamente um culto que era não só irregular e proibido, tal como o de Gideão (Jz 8:27) ou o dos danitas (Jz 18:30, 31) mas era também idolátrico” (1Rs 11:7; 2Rs 23:13).
Isto trouxe sobre ele a desaprovação divina. Os seus inimigos prevaleceram contra ele (1Rs 11:14-22, 23-25, 26-40) e os juízos caíram sobre a terra. Então chegou o fim e ele morreu após um reinado de quarenta anos, tendo sido sepultado na cidade de David. “Com ele foi sepultada a glória e a unidade de pouca duração em Israel”. “Ele deixa para trás um filho fraco e sem valor, que desmembrará o reino e desgraçará o seu nome”.
“O reinado de Salomão”, diz Rawlinson, “é de uma notável importância na história bíblica. Uma nação insignificante que, durante centenas de anos, mantivera com alguma dificuldade uma existência separada no meio de tribos dedicadas à guerra e que, uma após outra, exerceram domínio sobre ela, oprimindo-a, é, de repente, elevada à glória e grandeza pelo génio de um monarca soldado. É estabelecido um império que se estendeu desde o Eufrates até às fronteiras do Egipto, numa distância de 522 Kms; e este império rapidamente construído, entra quase imediatamente num período de paz que dura meio século. Riqueza, grandeza, magnificência, excelência artística e empreendimento comercial elevam-na a uma posição de dignidade entre as grandes nações da terra. Mas no fim, dá-se um colapso repentino. A nação é dividida em dois, a proeminência conseguida nos últimos anos perde-se e recomeçam as lutas, os conflitos, a opressão, a recuperação, a submissão inglória e os esforços desesperados.
Agora vamos para o quarto Rei chamado Roboão sendo que agora o Reino está divido Reino do Norte Israel e o Reino do Sul Judá:
ROBOÃO
"O povo foi aumentado" ou "Deus aumentou o povo".
Filho de Salomão através da sua esposa amonita Naamá. Começou a reinar com a idade de 41 anos como o primeiro rei do reino de Judá, após a divisão (1Rs 11:43; 1Rs 14:21) e reinou 17 anos (c. 931-913 a.C.). Na sua ascenção, representantes da nação reuniram-se em Siquém, a localdade mais central do reino, para coroar o novo rei. No entanto, liderados por Jeroboão, requereram do novo rei que as suas cargas de trabalho fossem aliviadas. Roboão, prometeu dar a sua resposta 3 dias depois e durante esse período aconselhou-se com os conselheiros jovens e idosos do reino. No final, rejeitou o conselho dos anciãos, que reconheceram a justiça do pedido e aceitou o conselho dos jovens que cresceram com ele que sugeriram a recusa do pedido do povo. Além desafiou o povo dizendo que aumentaria ainda mais a carga imposta pelo seu pai Salomão. O resultado foi que as 10 tribos do Norte se revoltaram contra a casa de David e fizeram de Jeroboão seu rei. Roboão tenbtou travar a rebelião através de Adonirão. No entanto, este mediador foi imediatamente morto. Nesta altura, Roboão, reconhecendo a seriedade da situação, regressa a Jerusalém e inicia os preparativos para uma campanha militar contra Jeroboão. Roboão acaba por desistir do assalto quando o profeta Semaías lhe dá uma mensagem vinda de Deus ordenando o cancelamento da guerra (1Rs 11:43-12:24 2Cr 9:31-11:4).
O carácter de Roboão mostra que ele herdou os traços bons e maus do seu pai. Obedeceu à ordem do profeta Semaías de não combater contra Jeroboão; humilhou-se perante Deus durante o período da invasão de Sisaque do Egipto (2Cr 12:6,12); recebeu os levitas e sacerdotes que foram expulsos do reino do Norte devido à introdução de um cuto idólatra por Jeroboão. Mesmo assim, depois de 3 anos de serviço a Deus ele actou mal, permitindo a construção de "lugares altos" pagãos, tolerando a práctica de ritos imorais e o culto a deuses estranhos (1Rs 14:22-24). Roboão teve 18 esposas, 60 comcubinas, 28 filhos e 60 filhas (2Cr 11:21).
ABIAS
Yahweh é pai.
O segundo rei de Judá após Salomão. Foi o filho de Roboão e reinou em Judá durante 3 anos (c. 913-911 a.C.). Através de sua mãe, Abias foi descendente de Absalão (1Rs 15:2). Seguiu as fraquezas de seu pai e continuou a guerra com Jeroboão I (1Rs 15:3,6,7). Numa das batalhas, por ter confiado em Deus infligiu uma pesada derrota a Israel (2Cr 13:3-20). Teve 14 mulheres, 22 filhos e 16 filhas (2Cr 13:21). A sua biografia foi escrita pelo profeta Ido (2Cr 13:22).
A aparente discrepância existente na maternidade de Abias (1Rs 15:2 e 2Cr 13:2) é geralmente explicada da seguinte forma: Maaca, a filha de Absalão foi na realidade sua neta e não filha já que a palavra hebraica para filha refere-se a qualquer descendente feminina, independentemente de ser e geração seguinte ou mesmo uma geração remota.
ASA
"Médico".
Filho de Abias e neto de Reoboão. Foi o terceiro rei de Judá. Foi zeloso e manteve o verdadeiro culto a Deus, removendo toda a idolatria e imoralidade daquela terra (1Rs 15:8-14). O Senhor concedeu-lhe paz e prosperidade. Está, no entanto, mencionado que, já com idade avançada e sentindo-se doente, ele "não procurou o Senhor, mas os médicos" (compare com Jr 17:5). Morreu no seu 41º ano de reinado, reverenciado pelo seu povo (2Cr 16:1-13), sucedendo-lhe o seu filho Jeosafat.
JOSAFAT
Julgado por Jeová.
Filho e sucessor de Asa, rei de Judá. Depois que fortificou o seu reino contra Israel (2Cr 17:1, 2), predispôs-se a limpar o país de toda a idolatria (1Rs 22:43). No terceiro ano do seu reinado, enviou sacerdotes pelo país, a fim de instruírem o povo na lei (2Cr 17:7-9). Gozou de grande medida de paz e prosperidade, sendo o povo abençoado por Deus “nos seus cestos e nos seus depósitos”.
O grande erro do seu reinado foi a aliança que fez com Acabe, rei de Israel, que o envolveu em desgraça e trouxe grande desastre ao seu reino (1Rs 22:1-33). Escapando de uma batalha sangrenta em Ramote-Gileade, o profeta Jeú (2Cr 19:1-3) saiu-lhe ao encontro para lhe falar da causa que ele vinha prosseguindo, pelo que ele voltou ao seu anterior caminho de oposição a toda a idolatria e profundo interesse pela adoração a Deus e pelo recto governo do povo (2Cr 19:4-11).
Mais uma vez, ele fez uma aliança com Acazias, o rei de Israel, com o propósito de estabelecer comércio marítimo com Ofir. Mas a frota que estava já equipada em Eziom-Geber, rapidamente se quebrou. Foi, então, criada uma nova frota, sem a cooperação do rei de Israel e embora tivesse sido bem sucedido, aquele negócio não seguiu em frente (2Cr 20:35-37; 1Rs 22:48, 49).
Depois, juntou-se a Jorão, rei de Israel, na guerra contra os moabitas, que eram tributários de Israel. A guerra foi bem sucedida. Os moabitas foram subjugados, mas o terrível acto de Messa, ao oferecer o seu próprio filho em sacrifício nos muros de Quir-Haresete, perante os exércitos de Israel, encheu-o de horror e ele retirou-se, voltando para o seu país (2Rs 3:4-27).
O último incidente mais notável do seu reinado está registado em 2Cr 20. Os moabitas formaram uma grande e poderosa confederação com as nações vizinhas e vieram contra Josafat. As forças aliadas estavam acampadas em Engedi. O rei e o seu povo ficaram alarmados e voltaram-se para Deus em oração. O rei orou no pátio do templo: “Oh, nosso Deus, não o julgarás Tu? Pois nós não temos poder contra esta grande companhia que veio contra nós”. Por entre o silêncio que se seguiu, a voz de Jaaziel, o levita, foi ouvida, anunciando que, no dia seguinte, toda aquela grande hoste seria derrotada. E assim foi, pois eles debateram-se entre si, matando-se uns aos outros e deixando que o povo de Judá apenas recolhesse os despojos. Tudo aquilo foi reconhecido como uma grande salvação vinda de Deus (890 a.C.). Pouco tempo depois, Josafat morreu, após um reinado de 25 anos, com a idade de 60 anos, tendo-lhe sucedido o seu filho Jorão (1Rs 22:50). Dele foi testemunhado que “buscou ao Senhor com todo o seu coração” (2Cr 22:9). O reino de Judá nunca foi tão próspero como no seu tempo.
JORÃO
Exaltado por Jeová.
O filho mais velho e sucessor de Josafat, rei de Judá. Reinou entre 854 e 841 a.C. sozinho como rei de Judá, tendo anteriormente estado associado ao seu pai (2Cr 21:5,20; 2Rs 8:16). A sua mulher foi Atália, a filha de Acabe e Jezabel. A sua filha Jeosabeate casou com o sumo sacerdote Joiada. Caiu em grande idolatria, trazendo sobre ele e sobre o seu reino a fúria de Jeová. Os edomitas revoltaram-se contra ele e os filisteus, os árabes e os cusitas invadiram o país, levando consigo grandes despojos, assim como as mulheres e os filhos de Jorão, com excepção de Acazias. Teve uma morte violenta, morrendo de uma doença terrível, tendo-lhe sido recusado um lugar no sepulcro dos reis (2Rs 8:16-24; 2Cr 21).
ACAZIAS 841-841aC
Heb. 'Achazyah e 'Achazyahû, "Yahweh agarrou (a minha mão)".
O 6º rei do reino de Judá, que reinou durante menos de um ano (c. 841 B.C.). Em 2Cr 21:17 ele é chamado Joacás, um nome em que as duas componentes do nome Acazias são simplesmente invertidas, mantendo o significado. Acazias era o filho mais novo de Jorão e Atália, seguindo as pisadas de seu pai em impiedade. Chegou ao trono quando tinha 22 anos (2Rs 8:26; 2Cr 22:1-4). Juntou-se ao seu tio Jorão de Israel para lutar contra Hazael de Damasco em Ramoth-Gilead. Jorão foi ferido nesta batalha e retirou-se para Jezreel para recuperar dos seus ferimentos. Enquanto ele estava lá Acazias visitou-o (2Rs 8:28, 29; 2Cr 22:5, 6), e foi durante a sua estadia em Jezreel que Jeú se revoltou. Aquando da sua chegada a Jezreel este aspirante ao trono matou Jorão. Acazias fugiu mas foi ferido mortalmente. O seu corpo foi levado para Jerusalém para ser sepultado (2Rs 9:27-29; 2Cr 22:7-9). Após a sua morte a sua mãe Atália matou os seus herdeiros (excepto o menino Joás, que foi escondido) e tomou o trono (2Rs 11:1-3).
ATÁLIA 841-835aC
"Aquele que Deus aflige".
Filha de Acabe e Jezabel e mulher de Jeorão, rei de Judá (2Rs 8:18) que "andou nos caminhos da casa de Acabe" (2Cr 21:6), também chamada "filha" de Onri (2Rs 8:26). Quando o seu marido e o seu filho Acazias morreram, ela decidiu ocupar o trono. Matou todos os filhos de Acazias, com excepção de Joás, o mais novo (2Rs 11:1,2). Após um reinado de 6 anos, foi morta aquando de uma insurreição (2Rs 11:20; 2Cr 21:6; 2Cr 22:10-12; 2Cr 23:15) espicaçada pelas pessoas que queriam ver Joás coroado rei.
JOÁS 835-796aC
Dado por Jeová.
Filho do rei Acazias. Sendo ainda criança, foi salvo, pela sua tia Jeosabeate, do massacre geral da sua família e foi, aparentemente, o único sobrevivente, descendente de Salomão (2Cr 22:10-12). O seu tio, o sumo sacerdote Joiada, deu-o a conhecer ao povo quando ele tinha oito anos e coroou-o, ungindo-o como rei de Judá, através das habituais cerimónias. Atália foi apanhada de surpresa, quando ouviu o povo gritar: “Viva o rei” e, quando ela foi ao templo, Joiada mandou que fosse morta (2Rs 11:13-20). Enquanto o sumo sacerdote viveu, Joás favoreceu a adoração a Deus e observou a lei; mas com a sua morte, o rei andou pelos caminhos maus e o país encheu-se de idolatria. Zacarias, o filho e sucessor do sumo sacerdote, foi morto. Estes maus actos trouxeram sobre o país o julgamento de Deus e o povo foi oprimido pelos invasores sírios. É um dos reis que Mateus omite (2Rs 1:8) da genealogia de Cristo, sendo os outros dois Acazias e Amasias. Foi sepultado na Cidade de David (2Rs 12:21).
AMASIAS 796-767aC
"Fortaleza de Jeová".
Filho e sucessor de Joás e oitavo rei do reino separado de Judá (2Rs 14:1-4). O seu reinado, começou-o, punindo os assassinos de seu pai (2Rs 5:7; 2Cr 25:3-5). Foi o primeiro a servir-se de um exército de mercenários de 100.000 soldados israelitas, a fim de conseguir que os edomitas ficassem novamente sob o jugo de Judá (2Cr 25:5,6). Foi-lhe ordenado pelo profeta do Senhor que não utilizasse os mercenários e ele assim fez (2Cr 25:7-10,13), o que irritou profundamente estes homens.
Ao obedecer a esta ordem, obteve uma vitória decisiva sobre os edomitas (2Cr 25:14-16). Amasias começou a adorar alguns dos ídolos dos edomitas e aqui se iniciou a sua ruína, pois foi vencido por Joás, rei de Israel, que ele desafiou para uma batalha. As consequências desastrosas que, assim, trouxe sobre Judá, por causa do seu entusiasmo excessivo ao proclamar guerra contra Israel, estiveram provavelmente na origem da conspiração que o fez perder a vida (2Rs 14:8-14,19). Foi morto em Laquis, para onde tinha fugido e o seu corpo foi trazido para Jerusalém sobre cavalos. Foi sepultado no sepulcro real (2Rs 14:19; 2Cr 25:27,28).
UZIAS 790-739aC
"Javé é a minha força"
Forma contraída do nome Azarias - O Senhor é a minha força.
Um dos filhos de Amazias, a quem o povo fez rei de Judá em lugar de seu pai (2Rs 14:21; 2Cr 26:1). O seu longo reinado de 52 anos foi “o mais próspero, com excepção do de Josafat, desde o tempo de Salomão.” Ele era um governante capaz e vigoroso e “o seu renome foi espalhado até à entrada do Egipto” (2Cr 26:8, 14). No início do seu reinado, sob a influência de Zacarias, foi fiel a Jeová “e fez o que era recto aos olhos do Senhor” (2Rs 15.3; 2Cr 26:4, 5); mas, para o fim da sua vida, “exaltou-se o seu coração até se corromper,” invadindo, por capricho, o templo (2Cr 26:1; 2Cr 26:3). Sepultaram-no num túmulo separado “no campo do sepulcro dos reis” (2Rs 15:7; 2Cr 26:23). “Aquele túmulo solitário na necrópole real testificaria eloquentemente às gerações vindouras que todos os monarcas terrenos devem curvar-se perante as ordens invioláveis da vontade divina e que não seria tolerada qualquer interferência no que dizia respeito à revelação dos propósitos de Deus que, na plenitude dos tempos, revelaria o Cristo, o verdadeiro sumo sacerdote e rei para todo o sempre” (Dr. Green, “O Reino de Israel”, etc.).
JOTÃO 750-731aC
Jeová é perfeito.
Filho e sucessor de Uzias no trono de Judá. Como durante os seus últimos dias, Uzias fora excluído da vida pública por causa da sua lepra, o seu filho, então com 25 anos, administrou os negócios do reino, durante sete anos, no lugar do seu pai (2Cr 26:21, 23; 2Cr 27:11). Após a morte do seu pai, ele tornou-se rei, reinando durante dezasseis anos (759-743 a.C.). Reinou no temor do Senhor e o seu reino prosperou. Foi contemporâneo do profeta Isaías, Oséias e Miqueias, de cujo sacerdócio ele tirou benefícios. Foi sepultado no sepulcro dos reis, lamentado pelo povo (2Rs 15:38; 2Cr 27:7-9).
ACAZ 735-715aC
Heb. 'Achaz, "ele agarrou".
O 12º ocupante do trono do reino de Judá, que reinou aproximadamente 20 anos (c. 735-c. 715 B.C.), se os anos das suas presumíveis co-regências, com o seu pai, Jotão, e com o seu filho Ezequias forem incluídos. Depois da morte de seu pai reinou durante 16 anos (2Rs 16:2; 2Cr 28:1). Acaz era um idólatra, fez o seu filho passar pelo fogo, e adorou a deuses estranhos nos altos, nos outeiros e debaixo de árvores (2Rs 16:3-4; 2Cr 28:2-4, 2Cr 28:23-25). Oseias, Miqueias e Isaías profetizaram durante o reinado de Acaz (Os 1:1; Mq 1:1; Is 1:1; Is 7:1-16).
EZEQUIAS 729-686aC
"Fortalecido por Deus"
Filho de Acaz (2Rs 18:1; 2Cr 29:1), a quem sucedeu no trono do reino de Judá. Reinou durante 29 anos (726-697 a.C.). A história deste rei vem mencionada em 2Rs 18:20, Is 36:1-39:8 e 2Cr 29:1. Propôs-se a abolir a idolatria do seu reino e entre outras coisas que realizou com este fim, destruiu a “serpente de metal”, que fora levada para Jerusalém e se transformara num objecto de adoração idólatra (Nm 21:9). Foi feita uma grande reforma no reino de Judá, nos seus dias (2Rs 18:4; 2Cr 29:3-36)
Com a morte de Sargão e a ascensão do seu filho Senaqueribe ao trono da Assíria, Ezequias recusou-se a pagar o tributo que o seu pai tinha pago, “rebelando-se contra o rei da Assíria e não o servindo”, aliando-se ao Egipto. Tudo isto levou a que Senaqueribe invadisse Judá (2Rs 18:13-16), tomando quarenta cidades e sitiando Jerusalém. Ezequias cedeu às exigências do rei assírio e concordou em pagar-lhe 300 talentos de prata e trinta de ouro (2Rs 18:14).
Mas Senaqueribe agiu traiçoeiramente para com Ezequias (Is 33:1) e uma segunda vez, em dois anos, invadiu o seu reino (2Rs 18:17; 2Cr 32:9; Is 36). Esta invasão levou à destruição do exército de Senaqueribe. Ezequias orou a Deus e “naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos Assírios 185.000 deles”. Senaqueribe fugiu para Nínive com o abalado remanescente das suas forças onde, 17 anos depois, foi assassinado pelos seus filhos Adrameleque e Sarezer (2Rs 19:37)
A narrativa da doença e milagrosa recuperação de Ezequias vem descrita em 2Rs 20:1; 2Cr 32:24 e Is 38:1. Vários embaixadores o vieram felicitar pela sua recuperação, entre os quais Merodaque-Baladã, vice-rei de Babilónia (2Cr 32:23; 2Rs 20:1. Foi sepultado “no mais alto dos sepulcros dos filhos de David” (2Cr 32:27-33). “Depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (2Rs 18:5)
MANASSÉS 696-641aC
"Quem faz esquecer"
O único filho e sucessor de Ezequias no trono de Judá. Tinha doze anos quando começou a reinar (2Rs 21:1) e reinou durante 55 anos (698-643 a.C.). Embora tenha reinado durante tanto tempo, pouco se sabe sobre este rei. Sabe-se que o seu reinado foi a continuação do reinado de Acaz, tanto na religião como na política. Cedo foi influenciado pela côrte pagã e o seu reinado foi caracterizado por uma triste reincidência na idolatria e em todos os seus vícios, mostrando que as reformas feitas pelo seu pai tinham sido, em grande medida, superficiais (Is 7:10; 2Rs 21:1 e Miquéias), que levantaram as suas vozes em tom de reprovação e aviso. Mas a sua fidelidade apenas fez com que surgisse um ódio ainda mais amargo, dando-se início a um período de perseguição cruel contra todos os amigos da antiga religião. “O reinado de Alva, na Holanda; de Carlos IX, em França ou o dos Partidários de Carlos II, na Escócia foi antecipado na capital judaica. As ruas estavam vermelhas por causa do sangue”. Uma das tradições judaicas diz que Isaías foi morto nessa altura (2Rs 21:1; Jr 2:30), tendo sido serrado ao meio sobre o tronco de uma árvore. Os Salmos 49, 73, 77, 140 e 141 parecem expressar os sentimentos dos que são pios e que se debatem com os impetuosos julgamentos desta grande perseguição. Manassés foi chamado “o Nero da Palestina”.
O sucessor de Senaqueribe no trono assírio e que habitou na Babilónia durante 13 anos (o único monarca assírio a reinar sobre a Babilónia) levou Manassés prisioneiro (681 a.C.) para Babilónia. Tais reis cativos eram geralmente tratados com grande crueldade. Eram trazidos perante o conquistador com um gancho ou uma argola presa aos lábios ou aos maxilares, com uma corda atada ao gancho ou à argola e pela qual eram conduzidos. Isto é referido em 2Cr 33:11, onde se lê que Manassés foi preso com cadeias, ou literalmente, “com ganchos” (comp. 2Rs 19:28).
A severidade do seu encarceramento fez com que Manassés se arrependesse. Deus ouviu o seu grito e ele voltou ao seu reino (2Cr 33:11-13). Abandonou os seus caminhos idólatras e estimulou o povo para que adorasse a Jeová; mas não houve uma reforma profunda. Após um reinado de 55 anos, o mais longo da história de Judá, ele morreu e foi sepultado no jardim de Uzá, o “jardim da sua própria casa” (2Rs 21:17, 18; 2Cr 33:20) e não na cidade de David, junto aos seus antepassados. Sucedeu-lhe o seu filho Amon.
Em Jz 18:30, a leitura correcta é “Moisés” e não “Manassés”. O nome “Manassés” foi supostamente introduzido por algum copista que quis evitar o escândalo de ter que mencionar o neto de Moisés, o grande legislador, como fundador de uma religião idólatra.
AMON 641-639aC
"Construtor".
Filho de Manassés e 15º rei de Judá. Restabeleceu a idolatria e voltou a instalar as imagens que o seu pai tinha banido. Sofonias (Sf 1:4 e Sf 3:4,11) refere-se à depravação moral que prevalecia no seu reino. Foi assassinado pelos seus próprios servos, que conspiraram contra ele (2Rs 21:18-26; 2Cr 33:20-25). O seu nome aparece na genealogia de Jesus no livro de Mateus (Mt 1:10).
JOSIAS 639-608aC
"Sarado por Jeová, ou Jeová apoiará."
Filho de Amom e seu sucessor no trono de Judá (2Rs 22:1; 2Cr 34:1). A sua história está registada em 2Rs 22 e 23. Ele é o primeiro entre todos os reis da linhagem de David a demonstrar com firmeza a sua lealadade para com Deus (2Rs 23:25). Ele “fez o que era recto aos olhos do Senhor e andou nos caminhos de David, seu pai”. Ascendeu ao trono com oito anos e parece que somente oito anos depois é que ele começou a “seguir os caminhos do Deus de Davi, seu pai”. Com essa idade, Josias entregou-se a Deus. Distinguiu-se por iniciar uma guerra de extermínio contra a idolatria prevalecente, que praticamente se tornara na religião estatal durante cerca de setenta anos (2Cr 34:3; comp. Jr 25:3, 11, 29).
No 18º ano do seu reinado, ele decidiu reparar e embelezar o templo que, com o tempo e a violência, ficara extremamente danificado (2Rs 22:3, 5, 6; 2Rs 23:23; 2Cr 34:11). Enquanto o trabalho estava a ser feito, Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou o rolo que era provavelmente a cópia original da lei, todo o Pentateuco escrito por Moisés.
Quando este livro foi lido perante ele, o rei ficou alarmado com as coisas que ele continha e procurou Hulda, a “profetiza”, para que ela o aconselhasse. Ela, por entre palavras de arrependimento, disse-lhe que ele se reuniria com os seus pais em paz, antes que os dias mais conturbados chegassem. Josias imediatamente reuniu o povo e envolveu-o na renovação do seu antigo concerto nacional com Deus. A Páscoa era, então, celebrada com uma magnificência pouco usual, tal como acontecera nos dias do seu grande antecessor, Ezequias. Todavia, “o Senhor não se demoveu do ardor da sua grande ira, ira com que ardia contra Judá” (2Rs 22:3-20; 2Rs 23:21-27; 2Cr 35:1-19). Durante esta grande revolução religiosa, Jeremias deu a sua ajuda através de exortações diligentes.
Pouco depois disto, Faraó-Neco, o rei do Egipto, em expedição contra o rei da Assíria, pretendendo conquistar Carquemis, procurou obter passagem através do território judaico, para si e para o seu exército. Josias recusou tal pedido. É provável que Josias tivesse feito uma nova aliança com o rei da Assíria e, fiel à sua palavra, procurou opôr-se ao progresso de Neco.
O exército de Judá saiu a encontrar-se com o do Egipto em Megido, junto à planície de Esdraelon. Josias saiu para o campo disfarçado e foi fatalmente ferido por uma seta atirada ao acaso. Os que o socorreram, transportaram-no para Jerusalém mas, ao chegarem a Hadadrimom, que se situava a alguns Km a sul de Megido, Josias morreu (2Rs 23:28, 30; comp 2Cr 35:20-27), após um reinado de 31 anos. Foi sepultado com grandes honras, cumprindo, assim, a profecia de Hulda (2Rs 22:20; comp. Jr 34:5). Jeremias compôs uma elegia fúnebre sobre o melhor dos reis de Israel (Lm 4:20; 2Cr 35:25). A explosão de dor nacional aquando da sua morte tornou-se proverbial (Zc 12:11; comp. Ap 16:16).
JEOACAZ 608-608aC
Jeová, o seu sustentáculo, ou aquele a quem Jeová sustém.
Quarto filho de Josias, geralmente chamado Salum (1Cr 3:15). Sucedeu a seu pai no trono e reinou sobre Judá durante três meses (2Rs 23:31, 34). Andou nos caminhos idólatras dos seus antecessores (2Rs 23:32), foi deposto por Faraó-Neco e levado prisioneiro para o Egipto, onde morreu em cativeiro (2Rs 23:33, 34; Jr 22:10-12; 2Cr 36:1-4).
JEOIAQUIM 608-598aC
"Aquele que Deus estabeleceu."
Segundo filho de Josias e 18º rei de Judá, reino que ele governou durante 11 anos (610-599 a.C.). O seu nome original era Eliaquim.
Quando o seu pai morreu, o seu irmão mais novo Jeoacaz (Salum, Jr 22:11), que favoreceu os caldeus contra os egípcios, foi feito rei pelo povo. Mas o rei do Egipto, Faraó-Neco, invadiu o país e depôs Jeoacaz (2Rs 23:33, 34; Jr 22:10-12), colocando Eliaquim no trono, em seu lugar e mudando-lhe o nome para Jeoiaquim.
Depois disso, o rei do Egipto não mais tomou parte da política judaica, tendo sido derrotado pelos caldeus em Carquemis (2Rs 24:7; Jr 46:2). A Palestina foi invadida e conquistada por Nabucodonozor. Jeoiaquim foi feito prisioneiro e levado cativo para Babilónia (2Cr 36:6, 7). Foi nesta altura que Daniel e os seus três companheiros foram levados cativos para a Babilónia (Dn 1:1, 2). Nabucodonozor voltou a colocar Jeoiaquim no trono mas tratou-o como um rei vassalo. Um ano depois, Jeremias conseguiu que as suas profecias fossem lidas por Baruque no pátio do templo. Jeoiaquim, ouvindo isto, quis que elas fossem também lidas no palácio real perante ele. As palavras desagradaram-lhe e, tomando o rolo das mãos de Baruque, cortou-o em pedaços, atirando-o para o fogo (Jr 36:23). Durante o seu desastroso reinado, voltou-se à idolatria e corrupção dos dias de Manassés.
Após três anos de sujeição a Babilónia, Jeoiaquim revoltou-se contra Nabucodonozor (2Rs 24:1), esperando tornar-se independente. Mas este enviou as tropas dos caldeus, dos sírios e dos amonitas (2Rs 24:2), a fim de castigar o seu rebelde vassalo. Eles atormentaram cruelmente todo o país (comp. Jr 49:1-6). O rei teve uma morte violenta e o seu corpo foi atirado por sobre o muro de Jerusalém, a fim de convencer o exército sitiado de que ele estava morto, após o que foi levado e sepultado fora dos portões de Jerusalém, “numa sepultura de jumento”, em 599 a.C. (Jr 22:18, 19; Jr 36:30). Nabucodonozor colocou o seu filho Joaquim no trono, desejando manter, ainda, o reino de Judá como um tributário seu.
JOAQUIM 598-597aC
"Jeová estabeleceu"
Sucedeu a seu pai Jeoiaquim (599 a.C.), quando tinha somente oito anos de idade e reinou durante cem dias (2Cr 36:9). É também chamado Jeconias (Jr 24:1; Jr 27:20; etc.) e Conias (Jr 22:24; Jr 37:1). Sucedeu-lhe o seu tio, Matanias . Foi o último herdeiro directo da coroa judaica. Foi levado cativo por Nabucodonozor para a Babilónia, juntamente com a “nata” da nobreza, todos os homens importantes e um grande corpo da população em geral, cerca treze mil ao todo (2Rs 24:12-16; Jr 53:28). Após um encarceramento de 37 anos (Jr 52:31, 33), foi libertado por Evil-Merodaque, que permitiu que ele ocupasse um lugar na casa do rei e se sentasse à sua mesa, recebendo “a sua porção quotidiana até ao dia da sua morte, todos os dias da sua vida” (Jr 52:32-34).
Lembram do significado do nome Jeremias?
Deus chamou Jeremias para exaltar o seu Nome no tempo em que a apostasia estava em evidência, no tempo em que o povo verdadeiramente havia se afastado de Deus.
Deus colocou as suas palavras na boca de Jeremias para denunciar a mácula do povo, os sacerdotes estavam mascarando o culto ao contrário do deveriam fazer, seu pai Hilquias (minha porção) era o sacerdote naquela época e vejam só o que eles os sacerdote deveriam fazer:
SACERDOTE - Sacrificador: O que tinha o poder de oferecer vítimas à divindade. A idéia fundamental de sacerdote é a de um mediador entre o homem e Deus. O sacerdote apresenta-se entre o homem e Deus, como na verdade aparece o profeta entre Deus e o homem. O sacerdócio atestava a vida pecaminosa do homem, a santidade de Deus e, por conseguinte, a necessidade de certas condições para que o pecador pudesse aproximar-se da divindade. O homem deveria ir a Deus por meio de um sacrifício e estar perto de Deus pela intercessão. Aqueles que conhecem JESUS CRISTO como Salvador têm um conhecimento elementar do mesmo JESUS como redentor: Mas os que conhecem como Sacerdote são considerados possuidores de maior conhecimento e experiência. A redenção é em grande parte negativa, implicando livramento do pecado; mas o sacerdócio é inteiramente positivo, envolvendo o acesso a Deus.
Depois de estudarmos a história dos reis e a linhagem de Judá que por pouco não foi quebrada, mais é claro que o nosso Deus estava no controle para que esta linhagem não viesse a ser usurpada pelo inimigos das nossas almas, bem que ele tentou e usou de todas as maneiras quebrar essa linhagem. Caso e isso tivesse acontecido não poderíamos fala a respeito de Jesus dizendo: O LEÃO DA TRIBO DE JUDÁ. Mas Deus é soberano e ele vela pela sua palavra para cumpri-la. (Jr 1:12) E disse-me o Senhor : Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir. (Jó 42:2) Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido.
Hoje nós podemos falar com autoridade O LEÃO DA TRIBO DE JUDÁ.
Um século se passou depois do profeta Ìsaias escrever o seu livro inspirado pelo Espírito Santo com fogo e teve uma visão extraordinária do Senhor assentado no alto sublime trono, vem Jeremias a proclamar uma mensagem dura que denunciava os que conheciam a lei do Senhor, conhecido como profeta chorão não se desanimou diante das perseguições e prisões que sempre a cada mensagem era os seus aplausos.
(Fl 1:29) Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele.
Jr 1:1 Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim.
Vamos entender o texto na revelação de Deus.
Hilquias era um dos sacerdote que realizava o serviço no templo e que ensinava o povo a lei e que oferecia sacrifício pelo povo. A palavra ou nome Hilquias significa minha porção ou seja Deus separou um povo que caminhavam pelas ruas com uma mitra na testa com uma frase dizendo Santo ao Senhor, já imaginou "A MINHA PORÇÃO" (1Pe 2:9) Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.
É o que nós somos hoje em dia em Cristo Jesus:
1 - GERAÇÃO ELEITA
2 - SACERDÓCIO REAL
3 - NAÇÃO SANTA
4 - POVO ADQUIRIDO
Onde estávamos?
1 - NAS TREVAS
Onde estamos hoje?
1 - NA MARAVILHOSA LUZ DE JESUS!!! GLÓRIA A DEUS POR ISSO.
Hilquias estava omisso, negligente e estava mascarando o culto a Jeová.
Em Anatote alguém não contente com a situação começou a orar e apresentar Jerusalém, Judá, Reis, Príncipes, Sacerdotes e os falsos Profetas ao Senhor (Tg 5:16) Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. E Deus criou os meios para que Hilquias e sua esposa se conhecessem e naquele momento Deus estava respondendo as orações que fizeram ao Senhor no anonimato e dentro do ventre da mãe de Jeremias o Senhor formou e santificou-o como profetas das nações. Que tremendo!!!
Aguardem vem mais por ai.